EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA

PÁGINA DA DISCIPLINA EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA E PARA CIDADANIA (2º MÓDULO) DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ÉTICA, VALORES E CIDADANIA NA ESCOLA - EVC/USP


VÍDEO 1 - A ESCOLA E AS RELAÇÕES COM A COMUNIDADE


A escola do século XIX desconsiderou a sociedade e priorizou a sala de aula, no entanto há uma necessidade da escola romper seus muros e se abrir, se integrar com a comunidade. 

IDÉIA CENTRAL
A idéia central desta discussão é a necessidade da escola ampliar os espaços educativos, incorporando os recursos da cidade e prioritariamente seu entorno no desenvolvimento de projetos que compartilham a comunidade como espaço de aprendizagem.
Mas, essa abertura não é só abrir as portas da escola nos finais de semana, como acontece no projeto "Escola Aberta", ou "Escola da família", porque desta maneira não acontece integração da comunidade com os projetos pedagógicos da escola, a comunidade continua ignorando o currículo da escola, porque são projetos que acontecem separados.  
A articulação entre escola e comunidade se dá em 3 movimentos diferentes, mas complementares:
  1. para "fora" da escola; ou seja a escola precisa entender e inseriri e seus projetos pedagógicos o bairro como um espaço de aprendizagem, conhecimentos culturais e sociais.
  2. para "dentro" da escola; trazer para as disciplinas o que os alunos observam lá fora, para permear os conteúdos das disciplinas;
  3. o protagonismo dos estudantes; o aluno observa e formula perguntas problemas, hipóteses e ele mesmo pesquisa suas resposta, orientado pelo professor.
 Tanto em seu projeto político-pedagógico como em seu planejamento institucional, a escola precisa considerar a realização de projetos e ações que, ao mesmo tempo, promovam o acesso aos bens culturais exigidos pela sociedade contemporanêa e garantam uma formação política aos jovens de modo a lhes permitir participar da vida social de forma mais crítica, dinâmica e autônoma.

"A gente precisaria ter uma educação ligada com a vida, para viver melhor..."
Rubens Alves





VÍDEO 2 - "FÓRUM ESCOLAR DE ÉTICA E DE CIDADANIA"

O que é um fórum afinal?

A palavra Fórum originada do Latim forum, que segundo o dicionário Aurélio quer dizer: 1. praça pública, na antiga Roma; 2. local para debates, ou reunião para o mesmo fim e 3. local de múltiplas atividades.
Essas definições deixam bem claro o que vem a ser um fórum, um espaço múlriplo e público onde as pessoas podem se reunir para discutir diferentes assuntos de interesses sociais.

Numa escola democrática o fórum tem como papel essencial articular os diversos segmentos da comunidade escolar e não escolar, que se disponham a atuar no desenvolvimento de ações mobilizadoras em torno das temáticas de ética, democracia e cidadania no convivio escolar, focando de forma específica quatro eixos de atuação:
  1. ética;
  2. convivência democratica;
  3. direitos humanos e
  4. inclusão social.
A composição do fórum deve ser a mais aberta possível, podem e devem participar professores, estudantes, funcionários, diretores, familias, membros da comunidade, membros do conselho, de posto de saúde, líderes comunitários, etc.

Possíveis atribuições do fórum (tomada de decisões):

  • definição e mobilização dos diversos segmentos da comunidade escolar;
  • proposição dos temas dos aspectos interdisciplinares e transversais;
  • preparação dos recursos materiais para o desenvolvimento dos projetos;
  • formulação de cronograma local de desenvolvimento das ações;
  • avaliação permanente das ações.
O fórum é um espaço de democracia, de diálogo entre as pessoas, na qual há várias formas de atuação;
  • junto à direção da escola e aos membros da comunidade para garantir os espaços e tempos necessários ao desenvolvimento dos projetos;
  • buscando garantir recursos que permitam a aquisição de materiais necessários ao desenvolvimento dos projetos;
  • interagindo com especialistas em educação/pesquisadores, que possam contribuir com o melhor desenvolvimento das ações planejadas;
  • articulando parcerias com outros orgãos e instituições governamentais e não governamentais (ONGS), que possam apoiar as ações do projeto e a criação de propostas que promovam se enriquecimento.
Na escola de Heliópolis, conhecido como Bairrro Educador em São Paulo a articulação entre a comunidade e a escola é uma prática e impressiona pelo resultado, é um exemplo que confirma que a educação é o caminho para a transformação.
Leia a reportagem do jornal O Estadão: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,heliopolis-bairro-educador,550576,0.htm 


VÍDEO 5 "PROTAGONISMO JUVENIL E PARTICIPAÇÃO ESCOLAR"


A palavra protagonismo vem de “protos”, que em latim significa principal, o primeiro, e de “agonistes”, que quer dizer lutador, competidor. Este termo, muito utilizado pelo teatro para definir o personagem principal de uma encenação, foi incorporado à Educação por Antonio Carlos Gomes da Costa, educador mineiro que vem desenvolvendo uma nova prática educativa com jovens.

“Protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividade que extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio- comunitário ” (Costa, 1996:90)

A educação deve promover o acesso aos bens culturais exigidos pela sociedade cintemporanêa e garantir uma formação política que permita aos jovens participar da vida social de forma critica,dinamica e autônoma.
Mas como podemos realizar isto?
Uma das formas é através da Metodologia Ativas de Aprensizagem, que segundo os autores Mayo, Donnelly & Schewartz, 1993, é  a aprendizagem baseada em problemas. O ensino baseado em atividades contextualizadas no mundo real do aluno, e no qual ele é o sujeito ativo e não passivo.
Essa metodologia tem fundamentos nas idéias do autor americano Jhon Dewey, Jean Piaget e Lev Vygotsky, e Paulo Freire que defendem a ação do sujeito no seu próprio processo de ensino aprendizagem.

Vários projetos foram aplicados em escolas públicas e nos espaços comunitários de São Paulo, os quais podemos vizualizar as ações dos alunos tanto de faculdade e escolas públicas do Brasil e dos Estados Unidos trabalhando em prol da comunidade, em projetos que ajudam as pessoas na vida prática.
Esses alunos observam as necessidades e problemas da comunidade e vão buscar soluções para resolvê-los, se tornam protagonistas.

Os profissionais envolvidos nos projetos do protagonismo juvenil comprovam através de pesquisa e colheta de dados que os jovens que participam desses projetos desenvolvem valores maiores em relação aos que não participam.
E observam que são pessoas que tem possibilidades de ajudar, para uma comunidade mais ética e solidaria.

Esse protagonismo não se limita somente na aplicação dos projetos, mas também  em:
  • assembléias escolares;
  • grêmios estudantis;
  • estratégias de resolução e de mediação de conflitos;
  • estratégias de aproximação entre escola, família e comunidade, que são os fórum.
Veja como se deu esse processo na escola Escola Moderna Orientação Psicopedagógica (Moppe), de São José dos Campos, em São Paulo (SP),
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=211
Essas estratégias consiste em dar um papel maior para o aluno, para promover  sua participação, para tirá-los do papel passivo, dar a eles o protagonismo, conciliando os projetos de ética e cidadania para aumentar a propabilidade de que esses alunos construam valores morais e éticos de acordo com os interesses da sociedade.


VÍDEO 6 - "EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA E QUESTÕES DE GÊNERO NA ESCOLA"


O principal objetivo dessa aula é apresentar um trabalho de intervenção e de investigação cujo principal objetivo foi desenvolver projetos e ações que previlegiassem a construção de valores ancorados em fundamentos de ética, direitos humanos e na igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres em situações de conflitos e gênero.


Quando se fala de intervenção e investigação trata-se da intervenção no cotidiano da escola e de suas relações com os conteúdos educativos e com a comunidade, visando promover a compreensão das situações de conflitos de gêneros.
Essa temática foi trabalhada dentro da escola pública, e no primeiro momento verificou se que a escola estava desvinculada da sociedade e o objetivo fazer ponte ligando escola e comunidade.
Antes de mais nada foi realizada uma busca de dados qualitativos e quantitativos que permitissem avaliar os resultados da intervenção, e depois visualizar a importancia das temáticas da comunidade inseridas no projeto pedagógico da escola.
É importante ressaltar que houve uma certa rejeição do corpo docente da escola onde seria aplicado o projeto, eles alegaram que o tema não era relevante para comunidade.


Quais são os métodos da intervenção pedagógica:
  • planejamento de ações;
  • Forum escolar de ética e cidadania (com a família, igreja, conselho tutelar etc)
  • A pedagogia de projetos, (temas transversais e interdisciplinar);
  • Trilhas, mapas e roteiros (mapiar o bairro);
  • Ações de formação de professores;
Avaliação da interveção:
  • Observar diretas e indiretas;
  • diário de campo, (relatar todo processo);
  • entrevistas individuais orais e por escrito;
  • questionário abertos; (com pais e membros da comunida);
  • relatórios dos professores. 

Ações:
Depois do levantamento de dados para verificar sobre os conflitos de gênero na comunidade, foram aplicados questionários aos alunos indagando os sobre o presenciamento de conflitos entre homens e mulheres; a descrição dos conflitos e possíveis soluções para eles. A partir desse questionário pode analisar os tipos de conflitos.


Analise dos conflitos:  
  • conflitos amorosos;
  • traição;
  • separação;
  • violência conra homem;
  • violência contra o casal;
  • violencia contra mulher.
E depois dessa analise e constatação dos fatos, o corpo docente conheceu essa realidade da comunidade.
E conforme os alunos sugeriam soluções para os conflitos, foram descobertas 3 tipos de categorias:
  • categoria "não moral", porque a solução não recorre a principios éticos;
  • categoria "mágica", porque a solução transcede a participação das pessoas envolvidas no conflito;
  • categoria "moral", porque a solução tem princípos de justiça e igualdade;
Essa classificação foi feita para sabr se o tipo da resposta alteraria ou não dpois da intervenção.
Podemos visualizar vários momentos da intervenção, que foi realizada em projetos interdisciplinares com temas transversais.

Para concluir o trabalho foram colhidos dados com a finalidade de desobrir se haveria mudança no raciocínio das pessoas que responderam  que deram soluções para os conflitos.


Concluiram que as pessoas mudaram de opinião em relação as categorias, isso aconteceu porque no primeiro momento as opiniões não estavam embasadas em nada, eram apenas suas opiniões e depois as opiniões estavam embasadas em dados concretos, pesquisados e estudados pelos alunos.

Esse resultado e outros dão indicios de que é possível promover intervenções que favorecem uma lógica pautada em príncipios d ética, de justiça entre os homens e as mulheres, e rompe um pouco uma ordem social que parece que naturaliza a igualdade, a discriminação e a violência de gênero.


VÍDEO 9  - "EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA E DIREITOS HUMANOS"


 “Aprender na comunidade, com ela e para ela, significa usar a história de sua própria região, exteriorizando a cultura do silêncio. Significa aprender a engajar-se na sua própria região, tornando –se consciente da situação sócio-política e lutando para que as sociedades fechadas sejam transformadas em sociedades abertas...é uma questão de urgência que as escolas se tornem menos fechadas, menos elitistas, menos autoritárias, menos distanciadas da população em geral. Isso é para a educação comunitária uma questão de fundamental importância”.
                                                                                                  Paulo Freire

A educação comunitária surge inicialmente não dentro de um contexto escolar, mas como educação informal, na década de 90 é que vemos surgir a educação comunitária dentro do contexto escolar, dentro da perspectiva da educação formal.  
Dentro do contexto escolar a educação comunitária caracteriza se pela democratização do espaço e das relações da participação de todos os envolvidos, da melhoria da qualidade de todos os envolvidos e da qualidade da educação. O objetivo da educação comunitária é formar um sujeito coletivo, com a comunidade com sua perspectiva crítica para transformação social. 

O educador e filósofo brasileiro Paulo defende uma educação, na qual a escola deve abrir para a comunidade, o lugar onde  o aluno mora é motivo para a aprendizagem e resolução de problema, os quais passariam a ser objeto de reflexão e estudo.
Para isso precisa a reorganização dos planos, do modo de agir da escola para articular com o propósito da comunidade, num processo de formação para a cidadania.
As cidades educadoras é um conceito que surgiu na década de 90 na Espanha e sua idéia central é que a escola sozinha não tem condições de construir todos os conhecimentos e informações necessárias ao mundo contemporâneo, com isso, a educação também deve ser competencia da "cidade", abrangendo diferentes contextos educativos como a família, a sociedade, cominudade e outros.
mapa/trilha de Bananal-SP
Trilla(1993) destaca 3 dimensões possíveis para a relação educação cidade:
  • aprender na cidade, usar espaços que podem ser educativos (museo, ONGS, parque, praça, cinema);
  • aprender da cidade,agente informal de educação.
  • aprender a cidade, conhecer a cidade, saber seu potencial e participar de sua construção;
Uma das possibilidades de trabalhar a cidade dentro da escola é o Mapeamento;
Mapear é uma ação ampla que visa o olhar para as potencialidades e da comunidade na qual a escola se insere. Seu objetivo é levantar dados de:
  • onde, o quê- locais, organizações, instituições,pessoas;
  • quem; quais as pessoas com quem foi feito o contato;
  • por que; justificativa sobre o local, organização, instituição ou pessoa como parceiro;
Ou seja, abrir as portas da escolas para parcerias e  instituições que podem ajudar no processo de ensino-aprendizage da escola.

Outro caminho complementar para a articulação da escola são as TRILHAS educativas que nascem de um contexto pedagógico, e um olhar orientado por temas específicos, que tem duplo caracter:
  • a intencionalidade e objetividade, que são dadas pelo tema;
  • carácter caledoscópio, ou seja, percepção das pessoas a cerca da sua comunidade.
Os projetos transversais interdisciplinares a partir de um tema articulam a realidade com os conteúdos curriculares, a formação em valores a consciência crítica e a cidadania ativa. Esses temas é estudade de diferentes formas dentro de cada disciplina curricular, pode resultar na reflexão de ação, buscar forma de revindicar os direitos dos cidadãos.
Os temas que compõe a Trilha que dá origem aos projetos transversais nascem dos direitos humanos;
  • declaração universal dos direitos humanos;
  • direitos sociais, economicos e culturais;
  • direitos de crianças e adolescentes;
  • discriminação racial;
  • disciminação contra mulher 
  • direitos relacionados a educação;
  • gênero e orientação sexual.
A relação entre democracia e direitos humanos são indissociáveis, e na escola se traduzem em conhecimento, valores e ações que são necessárias a formação de um cidadão em sociedade democratica.



VÍDEO 10 -"DEMOCRACIA E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS"

“Temos de ver que a democracia significa a crença de que deve prevalecer a cultura humanística; devemos ser francos e claros em nosso reconhecimento de que a proposição é uma proposição moral , como qualquer idéia referente a dever ser. A democracia se expressa nas atividades dos seres humanos e se mede pelas conseqüências produzidas em suas vidas”          
John Dewey  

Na compreensão de Dewey, democracia estrapola o simples ato de escolher alguém por meio de voto, é um modo de conduzir a vida, em um clima democratico.
Para atender essa necessidade formativa a escola deve preparar o indivíduo para que ele pense e dirija por si, com respeito e compromisso, num ambiente promotor dos direitos humanos.

Na escola, na sala de aula não se pode ser contrário a prática, não se pode falar de direitos e ser autoritário.
É por isso, que dizemos que educamos pela democracia e pela cidadania e para democracia e para cidadania. A democracia dos Direitos Humanos não são apenas conteúdo conceitual restrito a sala de aula, eles estão impregnados em todas as relações escolares. Sem a educação os outros direitos não se concretizam, e o Brasil está comprometido pela EDH, com o DUDH - Declaração Universal dos Direitos Humanos DUDH (1948) e as convenções, declarações e tratados subsequentes.
Pratica efetiva da EDH:

Apesar da Educação em DH estar na DUDH desde 1948, as medidas para a sua efetivação são relativamente recentes.
Prática efetiva da EDH:
-ONU,1995 – Declarou a década das Nações Unidas para a Educação em matéria de DH.
-ONU, 2004 – Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou o Programa Mundial para a Educação em Direitos Humanos PMEDH – fase 1 (2005 a 2009).
-Brasil, 2003 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNDH) elaborado em 2003 e revisto em 2006, afirma o compromisso nacional sob a forma de políticas públicas com a EDH para a educação básica e para o ensino superior.
Na Constituição é possível reconhecer os fundamentos da Educação em Direitos Humanos.
Cinco dimensões da EDH:
1°Apreensão de conhecimentos sobre DH e a sua relação com os contextos internacionais, nacionais e local.
2°Afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos DH.
3°Formação de uma consciência cidadã.
4°Desenvolvimento de processos metodológicos, participativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados.
5°Fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da proteção e da defesa dos DH, bem como da reparação das violações.
A EDH é promovida através de três campos:
  • Epistemológico: diz respeito ao conhecimento e habilidades relacionados aos DH –
  • Axiológico: diz respeito aos valores, atitudes e comportamentos que sustentem os DH. 
  • Práxis: (que é ação)- desencadear ações para a defesa e promoção dos DH.
 É importante que a escola trabalhe esses 3 campos simultaneamente.

O Instituto interamericano de DH estabeleceu três diferentes níveis de conteúdos:
  • maxiconteúdos: epistemológico, axiológico e práxis.
  • intermediários: conhecimentos específicos – articular com as disciplinas curriculares.
  • miniconteúdos: à realidade daquela comunidade, daquela escola no limite daquele aluno.
 Os meios para inserir a EDH na dimensão didática pedagógica é através da:
  • Pluridisciplinaridade; estuda um objeto de sua disciplina pelo angulo de várias outras ao mesmo tempo
  • Transdisciplinaridade; refere-se ao conhecimento próprio da disciplina, mas está para além dela;
  • interdisciplinaridade; integração das diferentes áreas do conhecimento, trabalho de cooperação;
  • Transversalidade: Forma de organizar o trabalho escolar no qual temas ou eixos temáticos são integrados  às disciplinas de forma a estarem presentes em todas elas.
O DH é pluridisciplinar, transdisciplinar, e interdisciplinar, pois ele precisa das várias formas de conhecimento para ser trabalhado. Não consegue se  trabalhar DH sem transceder, articular o que já existe na escola com o que existe fora dela.
Reflita após ouvir o poema "Estátuto do homem, de Thiago de Melo"



VÍDEO -13 "EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA, ESTUDO DA CIDADE E O USO DA CARTOGRAFIA"

Esse tema pretende se pensar no currículo integrado na escola, um curriculo no qual os professores podem participar um estudo integrado na cidade, pensar a cidade "locus" e compreendê-la como lugar de vivência.
Fazer da cidade um objeto de educação geográfica significa superar a superficialidade conceitual e estabelecer uma relação mais eficaz entre o saber informal e informal, ou seja formalizar no currículo com aulas práticas e informais fora da escola, dando significado para as coisas do cotidiano.

No entanto, é muito importante que gestores, professores e  a comunidade entendam que para integrar currículo e compreender a cidade não pode ser dentro da escola, na sala de aula, tem que ser fora dela,. É um desafio para pensar outros lugares para realizar a aula, o que é importante que saia para outros  espaços,  ue pode ser lugares públicos, como praças, múseos, postos e outros.
O projeto que vai para além dos muros da escola, associa 2 escolas e compreende a diversidade cultural, a identidade e raizes de uma comunidade.
O bairro não só ajuda a entender a dimensão social e economica, como também nos ajuda a entender a dimensão cultural (aquele grupo que pertence aquela escola, aquele lugar).
Esses projetos precisam ser organizados e realizados com um olhar diferenciado dos professores, com enfoque naquilo que irá estudar e pesquisar:
Pode se ter um enfoque morfológico: se no estudo a ênfase for a discrição das formas construtivas e visíveis, por exemplo: classificação dos bairros; tipo de edificação; rede de circulação; tipo de estabelecimentos; rede social (escolas, hospitais,etc).
No enfoque histórico;o ensino se organiza a partir dos relatos da biografia da cidade e da vida de seus habitantes, por ex: história de vida, mudanças permanentes e tempo.
E o enfoque ambiental: quando a problematica for meio ambiente; analise do meio físico e os impactos das construções; o cidadão como protagonista será o ensino centrado no conhecimento e exercício dos direitos do cidadão.

Diante da aplicação destas aulas o aluno começa a decodificar informações e para estudar a cidade é importante ter todos os aspectos ao mesmo tempo: território, local de vivência, circulação diária, as representações simbólicas do lugar são diferentes em função das práticas e da história de cada um.
E com isso concluimos que necessitamos redimensionar o papel da escola em relação a um projeto  educativo integrado que qualifique o processo de ensino aprendizagem dos alunos.



VÍDEO 14 - "A CARTOGRAFIA E A REPRESENTAÇÃO DOS LUGARES"

CARTOGRAFIA é a arte de compor o mapa. O mapa é um texto, uma linguagem não verbal, ele passa informações, portanto deve ser lido criticamente e podemos até desvendá-lo ideológicamente, suas intenções e opções teórico-metodológicas.
Fazer cópia de mapas em sala de aula não aprende a lê-lo
A história da cartografia mostra a importancia dos mapas; a relação entre a filosofia, a matemática e a geografia.  Os mapas T-O por exemplo mostra a concepçao de mundo pelo olhar da igreja (na Idade Média); o mapa anamorfico representa a relação de proporção e de tema de uma determinada região.
Quando estuda se um mapa, seus refernciais históricos e suas representações trás uma carga de valores sociais.


SISTEMAS DE VALORES
O mapa reproduz um sistema de valores que são sociais, culturais e históricos. Mapas com construções culturais dediscursos sobre o território,é possivel ler a sociedade pelos seus mapas.

PROJETO EDUCATIVO: CIDADE EDUCADORA
Fazer a cidade um objeto de educação geográfica significa superar a superficialidade conceitual e estabelecer uma relação mais eficaz entre o saber formal e informal.
Nos mapas mais modernos, pode se trabalhar na escola, as zonas da cidade ou bairro que apresentam, por exemplo,  maior números de homícidios ou local onde se concentram o maior número de favelas, as áreas de risco ou onde o meio ambiente está mais agredido, os  rios poluídos, q renda per capita municipal entre outros temas, tudo com base em pesquisas do IBGE.
O grupo escolar tem que se organizar, ter funcionando na escola a biblioteca, o material didático, laboratórios e outros recursos para que de fato se realize projetos. Temos que repensar a escola apartir de outros parametros e a cartografia pode contribuir para aprender a cidade como dimensão educativa.
Toda cidade é produto da cultuta e do trabalho dos homens, em épocas diferentes.



Uma sugestão para se trabalhar cartografia  na sala de aula é o mapa da Estrada Real (de muita importancia no Vale do Paraíba), era o nome alusivo a qualquer via terrestre que, à época do Brasil Colônia, era percorrida no processo de povoamento e exploração econômica de seus recursos, em articulação com o mercado internacional.
Dentro de uma visão historiográfica tradicional em História do Brasil, o conceito de Estrada Real pressupõe:
  • natureza oficial;
  • exclusividade de utilização;
  • vínculo com a mineração.

VÍDEO 17 - "TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS, CURRÍCULO E CULTURA"

O objetivo desta aula é procurar uma inter relação entre esses três elementos.
Todos nós fomos atingidos pelos efeitos da globalização,houve TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS e com isso mudou a FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA, através dos seguintes itens:
1- A GLOBALIZAÇÃO, tem se informações por todos os lados;
2- CONTEXTO DEMOCRÁTICO; a escola tem um público de inclusão;
3- SOCIEDADE MULTICULTURAL; houve movimentos sociais, grupos que eram excluídos, agora estão democratizados;
4-FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA; a noção de escola setransformou, garante ao aluno a inserção na sociedade de maneira qualificada.
 Essa experiência de currículo tem chamado a atenção de vários teóricos . E para eles currículo é toda experiência proposta pela escola ou a partir dela.Como todo currículo é uma prática social, ele deixa marcas. Nós somos marcados pelos currículos que percorremos.
Na teorização curricular contemporânea a maioria dos textos vem dividindo as teorias curriculares em três grandes grupos:
Teorias curriculares
-Teorias tradicionais: objetivam recortar uma parte da cultura erudita e não colocam em xeque o valor desses conhecimentos, tem que, simplesmente, ser aprendidos.
-Teorias críticas: nas décadas de 60, 70 e 80 o modo tradicional de entender a escola e o currículo passou a ser fortemente questionada, a experiência escolar era para manter a sociedade dividida em classes sociais.
-Teorias pós-críticas: Não somente as relações de poder baseadas em questões de classe que interferem na seleção de conteúdo. 
Podemos empregar otema "cultura" dediversas maneiras:
Cultura: Definições em diferentes épocas
-Cultuar, cultivar (Grécia Antiga)
-Estado de Espírito (França, sec XVIII)
-Associada à razão e civilização (Iluminismo)
-Fator de identidade nacional (Alemanha, sec XIX)
-Modo de produção de classe (Inglaterra, sec XIX)

Mas foi no sec.XX, graças aos antropólogos, que o conceito de cultura ganhou força e chegamos ao que hoje se pensa.

Cultura, o olhar da Antropologia:
-Evolucionista: (Tylor)
-Relativista: (Boas)
-Funcionalista (Malinowiski)
-Sistêmica (Durkheim)
-Interpretativa (Geertz)
A partir dos anos 50 surge cultura como campo de luta para validação de significado.

Cultura, o olhar dos estudos culturais:
-Campo de lutas (Hall)
-Incorporação
-Distorção
-Resistência
Negociação

As lutas simbólicas se dão por quatro caminhos: incorporação, distorção, resistência e negociação.
As representações de mundo que circulam na cultura erudita são negadas pela cultura popular.
Mas há exemplos de incorporação nas práticas culturais, através da negociação e resignificação:

Nesses dois casos o patrimônio cultural do outro, é apropriado, mas não da forma como o outro concebe, de uma forma negociada, negociando significados que atravessam esse patrimônio cultural.


VÍDEO 18 "A VALORIZAÇÃO DA CULTURA CORPORAL DA COMUNIDADAE NO CURRÍCULO ESCOLAR"

Todos sabemos que a cultura nada mais é do que um campo de lutas para validação de significados e a cultura corporal é toda produção simbólica que envolve as práticas corporais,como brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes. Todos os grupos culturais também possuem uma parte da cultura que se refere às práticas corporais e atribuem significados específicos a essas práticas corporais.
Então precisamos cobinar os 3 elementos: TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS, CULTURAIS E CUCURRÍCULO para ajudar na valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar.

Porém, trazer essas questões para dentro do currículo requer alguns princípios: ENRAIZAR AS IDENTIDADES, descobrir como determinadas práticas sociais faz sentido em cada comunidade, se ela está enrraizada; JUSTIÇA CURRICULAR, equilibrar dentro do currículo todas as práticas corporais de diferentes grupos; EVITAR O DALTONISMO CULTURAL, ou seja reconhecer que existe um arco-íris de práticas culturai; ANCORAGEM SOCIAL DOS CONTEÚDOS , valorizar as diferenças.

A escola tem a prática de desenvolver brincadeiras só de escolas. Então, precisa experimentar a cultura corporal da comunidade,verificar como uma prática é desenvolvida fora da escola e depois trazer para dentro. A cultura corporal é um patrimonio precisa ser compreendida e incorporado na escola. Para organizar essas práticas sociais no currículo é necessário: O MAPEAMENTO, conhecer a prática para depois levar para escola;  RESSIGNIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS CORPORAIS, descobrir outros significados desta prática para outros grupos; APROFUNDAMENTO DOS CONHECIMENTOS, verificação do que essa prática corporal tem de diferente e semelhante e AMPLIAÇÃO, pesquisar sobre a prática em questão e descobrir sua origem, de que maneira e como é usado.
Você vai mapear, ressignificar, aprofundar e ampliar os conhecimentos de determinada prática corporal e dar oportunidades de descobrimento e conhecimento para os alunos. 


VÍDEO 21 "LAZER, CULTURA E ELEMENTOS COMUNITÁRIOS"



Nesta aula discute se a importancia do lazer como esfera social e a relação do lazer com a comunidade.
O entendimento de LAZER depende muito do contexto, onde está inserido, seu conceito é subjetivo. Para Henderson,  o estudo do lazer está envolvido em três abordagens:tempo, atividade e estado da mente. Para Dumazedier, lazer é um conjunto de ocupações as quais os individuos participam voluntariamnte, sem compromisso no seu tempo livre. O mesmo autor coloca o lazer em 3 dimensões (3 D's) ], que são fundamentais para o enrtendimento: descanso, divertimento e desenvolvimento.

Vários interesses estão associados ao lazer: Interesse Artístico (teatro, cinema, centros culturais e outros); Interesses Manuais, (artesanato, culinária, jardinagem e outros); Interesses Intelectuais (cursos, leitura, jogos e outrso; Interesses Sociais ( relacionamentos entre pessoas, pessoalmente); Interesses Físicos (atividades desportivas diversas); Interesses Turísticos (viagens).
Muitas pessoas associam vários interesses para atender suas necessidades subjetiva de lazer.

A subjetividade dos interesses  nos levam a refletir sobre os equipamentos de lazer, que podem ser não específico e específico: Os não específico, não são construidos de forma original, eles são transfomados em lazer, podem ser as ruas, o lar e as escolas; e os específicos estão subordinados as formas culturais de lazer, são os interesses: artisticos, intelectuais, manuais, sociais, físicos e turisticos.

As escolas podem ser um espaço importante para as comunidade como defragador do processo do lazer.
È importante atuações que envolva o lazer e que a comunidade considere o entendimento do equipamento de lazer, seja no específio ou não específico.
Da mesma forma é importante estimular a criação dos equipamentos não específicos, como a dança,  por exemplo. Para que a letimação do lazer aconteça na comunidade escolar é necessário o mapeamento da comunidade, no grupo multifacetado e de forma democrática decidir qual é o melhor equipamento que atenda o interesse de todos.

VÍDEO 22 "LAZER, JUVENTUDE E ESPORTES"


Esta aula discute a importância de se considerar o esporte na juventude e a relação lazer, juventude e esporte na educação comunitária.
Ao se relacionar com a comunidade, a escola precisa entender a relação do jovem com o esporte, não só como espectador, mas também como praticante.


Na concepção do jovem ao lazer, o sujeito esta a associado ao "lazer-mercadoria"; ou Deviant Leisere (transgressão da ordem, da moral); ou Esportes (dentro dos interessesn físicos); no Papel dos grupos "tribos" estão associados a esportes radicais.

Por isso é muito importante entender e compreender a cultura e identidade de cada grupo, a qual espaço fisico eles pertencem, quais são são interesses, rixas, linguagem que usam, tipos de roupas que usam e músicas que gostam. O professor tem que compreender e reconhecer cada grupo para associá-los a comunidade, além do que esses grupos agem e se expressam da mesma forma fora e dentro da escola.

O Pedaço é o espaço de ncontro que as "tribos" compartilham, e tem 2 componentes: um de ordem ESPACIAL (telefone público, campo de futebol e outros); e de ordem "SIMBOLICA" (composto de uma ampla rede de relações sociais)

Dentro das várias modalidades e tipos de esportes: áereos, aquáticos e terrestres, os que mais atraem os jovens para esse lazer são os com características de aventura, pelo simples fato de ter resultados incertos, perigo e risco,desafio, novidade, exploração e descoberta; exige atenção e concentraçã, e entusiamante e estimulante.
Muitas escolas estão adaptando esportes como: banco sueco (esporte com prancha); rolamento em colchonetes (simulação de esporte áereo) ou equipamentos trazidos pelos alunos como o skate e roller para as aulas.
Nas atividades fora da escola estão o boiacrós, rafting, surfe, rapel e outros, astividades em ambientes naturais que valorizam  o elemento de cooperação. São momentos de acentuada relevancia em termos de valores e expressão de signos sociais. 

VÍDEO 25 " RELAÇÕES COM AS COMUNIDADES E A POTÊNCIA DO TRABALHO EM REDE"
Vivemos num tempo de fragmentação, num ritmo acelerado de acontecimentos, que afeta a vida das pessoas ficando cada vez mais difícil superar as tensões do dia a dia.
A contemporaneidade é tempo de paradoxo,pois o crescimento econômico não garante a equidade e o repeito pela condição humana.
As tensões que marcam esses paradoxo são: a cultura de massa X a cultura local; a tradição X  a modernidade e a competição X  igualdade.

Se consideramos Comunidade como espaço privilegiado de garantia e exercício da cidadania, realidade social que garante a permanencia de laços sociasi mais estreitos, locais de afirmação da identidade de sujeitos e grupos, então a última tensão nos possibilita pensar o trabalho com comunidade. Um trabalho que tenha a oportunidade de conciliar a competição, que estimula a cooperação e reforce a solidariedade.
Na escola a rede o trabalho objetiva: potencializar os recursos da comunidade, fortalecer a implicação dos diferentes atores de uma comunidade; problematizar as questões emergentes da comunidade coletivamente e identificar estratégias deenferamento compartilhadas.
Os atores potenciais são os: professores, conselheiros tutelares, lideres religiosos, mães, pais, avós, educadores sociais, agentes comunitários de saúde e universitários. Esse grupo reunidos podem trabalhar na organização de um plano de atividades ativas e participatitvas sobre a temática, fórum de discussão sobre o ECA, formação de adolescentes multiplicadores de práticas de solidariedade comunitária com oficinas de pais e educadores.



VÍDEO 26 "UH-BATUK-ERÊ: UMA OPÇÃO DE COMUNIDADE"

Esta aula mostra como um projeto realizado, com a união e a esperança da equipe pedagógica, pode resgatar  valores dos alunos. A escola localizada na Zona Norte de São Paulo, com muitos problemas de pré conceito e distorção de identidade se tournou um espaço de conta com a colaboração da comunidade e alunos autônomos e protagonistas.
A ação Uh-Batuk-Erê tem por objetivo buscar um diálogo com a comunidade. Para tanto, buscou-se promover a arte como mediadora do multiculturalismo presente na identidade brasileira, orientada pela pedagogia da autonomia, da emoção do saber consciente.
A ação ocorre em oficinas de percussão, dança, capoeira (corpo, movimento e expressões); oficinas de canto, oralidade e artesanato (produção e expressão de ideias e sentimentos); fóruns comunitários (espaço de discussão dos responsáveis com relação a demanda, aos estigmas, ao preconceito, as dificuldades encontradas na região).
Através do fórum foi elaborada carta esmeralda, onde estava escrito as intenções e desejos da comunidade.
As trilhas culturais foi outro recurso utilizado no projeto. Essas trilhas fizeram com que os alunos vivenciassem outros espaços culturais e de lazer. Assim, eles poderiam exigir espaços similares em sua comunidade.
As apresentações feitas serviram para mostrar a comunidade o quanto os alunos haviam aprendido e levar as experiências para todos.
O protagonismo é outra frente, onde os alunos trazem a comunidade para dentro da escola.
O projeto teve várias conquistas externas, recebeu vários prêmios.
Este projeto teve de inovador o diálogo permanente entre o sentimento e a ação, num processo contínuo de formação, que aproxima seus componentes.
O projeto permitiu com que mudasse a relação como grupo, a atuação e envolvimento no espaço-escola. Compartilhamento de ações coletivas, encontros comunitários e redução de preconceitos e desigualdades foram outras conquistas.

 A palavra Erê vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento" e batuk deriva de um termo da África ocidental, que significa bater.